quarta-feira, 18 de maio de 2011

Deputado Aldo Rebelo

Aldo e o ponto de equilíbrio entre preservacionistas e produtores

O que leva um político comunista bem sucedido, em sua quinta legislatura, a se meter em uma polêmica que até então não era sua praia? Relator do projeto de Lei 1876/99, o chamado Código Florestal, que põe em pé de guerra produtores rurais e ambientalistas, o deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP) é político acostumado a desafios.

Por Bertha Maakaroun, no Estado de Minas

Aldo
Comunista é um dos mais influentes do parlamento
Jornalista de formação, Rebelo começou a sua carreira política como militante do movimento estudantil secundarista nos anos 1970. Era membro da extinta Ação Popular (AP). Em 1977, entrou para o PCdoB e lá ficou. Aldo Rebelo está em seu quinto mandato consecutivo. Antes, foi vereador por São Paulo. Foi durante o governo Lula que Aldo Rebelo enfrentou o seu maior desafio na política. Em novembro de 2005, tomou posse como presidente da Câmara dos Deputados, depois de vencer o então pefelista José Thomaz Nonô por 258 votos contra 243.

Depois da crise do mensalão, iniciada no primeiro semestre daquele ano, a sua eleição foi a primeira vitória dos governistas na Casa. Os anos seguintes ainda seriam difíceis para os apoiadores do governo Lula. Mas Aldo conduziu a Presidência da Câmara até 2007. Lula reconheceu os esforços de seu aliado naqueles difíceis momentos. Porém, o PT, não. Aldo Rebelo foi derrotado por Arlindo Chinaglia (PT-SP) quando em 2007 tentou a reeleição para a Presidência.

Ainda hoje, Aldo é tido como um dos 100 mais influentes na Câmara dos Deputados. Em decorrência de sua formação política, ele se inclina para propostas de cunho nacionalista tentando expressar a defesa dos interesses daquilo que interpreta como elementos da cultura e da economia do povo brasileiro. Daí os seus projetos de lei polêmicos, e até eventualmente caricaturais, como do Dia Nacional do Saci Pererê e a defesa da adição de10% de farinha da mandioca no chamado pão francês.

As iniciativas decorrem de uma leitura que o PCdoB faz da realidade global, na qual os interesses das nações menos desenvolvidas devem ser preservados em contraposição aos das potências mundiais. Dentro dessa linha de raciocínio, governos de inclinação nacionalista ou de esquerda tendem a receber o apoio da legenda. Comunista convicto, Aldo Rebelo é homem de partido e está entre aqueles que creem ser essa ideologia uma etapa da luta mundial para a superação dessa fase do capitalismo. Nesse contexto e a partir dessa leitura, Aldo tende a interpretar os movimentos ambientalistas como mais um estrangeirismo na realidade nacional: critica a inércia desses movimentos em seus países de origem e a sua ferrenha atuação no território nacional. Em seu site, defendendo-se de investidas contra a sua atuação como relator do novo Código Florestal, Aldo cita o Clube de Roma. " O Clube de Roma: uma ONG de magnatas do primeiro mundo, retomou a teoria segundo a qual a natureza já estava esgotada por eles e que os pobres passassem a poupar energia".

Pimenta

O movimento ambientalista tem os seus matizes e as suas colorações. O Clube de Roma não é propriamente a sua estrela maior. Seguramente, Aldo sabe disso. O deputado é experiente e calejado. Não entrou nesse debate à toa, mas justamente para explicitar a sua denúncia contra aquilo que classifica como a banda podre do movimento ambiental. São os interesses dos produtores rurais dos países do Primeiro Mundo que incentivam, por aqui, leis que não se praticam por lá. Mercado é concorrência. E na concorrência, pimenta nos olhos dos outros é refresco.

Ao contrário de seus projetos anteriores, Aldo está envolvido em um debate em que os interesses parecem irreconciliáveis. De um lado, ruralistas querem a todo e qualquer custo derrubar todas as amarras ambientais às suas pretensões mercadológicas. De outro, ambientalistas, que querem preservar as reservas florestais e impedir o desmatamento.

Entre os dois polos, Aldo optou por um terceiro. Tomou como base a perspectiva dos pequenos produtores rurais e as suas agruras nesse conflito maior. Sob essa perspectiva, busca-se equilibrar para produzir um novo Código Florestal que não permita o desmatamento desenfreado, mas que tampouco imponha mais penalidades aos produtores rurais, especialmente aos pequenos produtores.

A tarefa é hercúlea. Aldo sabe. O campo de batalha é zona minada por interesses escusos e inconfessos. Os contendores acumulam anos de conflito e de batalhas. O grau de confiança entre ambos é zero. Onde nem a base aliada nem a oposição conseguem marchar unidas, Aldo persiste. Busca conciliar gregos e troianos. Acredita que pode buscar o ponto de equilíbrio entre preservacionistas e produtores. A tentativa é válida, pois o panorama hoje só gera incerteza. O atual Código Florestal Brasileiro é de 1965 e foi imposto pelos militares. O resultado ainda não sabemos, mas uma coisa é certa: qualquer que seja o formato final do projeto de lei, a guerra continuará. Troia é eterna. Alguma natureza, provavelmente... Porém, serão gregos ou troianos?


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Kerison Lopes

terça-feira, 17 de maio de 2011

Convite As Mulhres de Minas



CONVITE ÀS MULHERES DE MINAS
            Ao longo de toda história do movimento feminista as mulheres acumularam grandes conquistas na luta por um mundo de igualdade, sem preconceitos e discriminações. Conquistamos o direito ao voto, à educação, ao trabalho remunerado, à igualdade de direitos e oportunidades. Somos maioria nas universidades, estamos nas fábricas, nos canteiros de obras, na política, na segurança pública e tantos outros seguimentos. Vivemos um momento ímpar, chegamos à presidência da República.
            A eleição de um governo popular em 2003 propiciou a conquista de antigas reivindicações e demandas do movimento, com avanços legislativos e criação de órgãos executivos de gestão de políticas públicas, - a exemplo da Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres. A participação das mulheres consolidou-se em 2004, com a realização da Iª Conferência Nacional de Políticas para Mulheres.
            Tais mudanças demarcam a fase atual do movimento feminista, onde é preciso efetivar as conquistas, garantindo que cheguem às mais diversas regiões do país, abrangendo, beneficiando, amparando e fortalecendo o maior número possível de mulheres. Pois, apesar dos avanços, a participação da mulher na política ou em qualquer outro espaço de poder e decisão ainda é muito pequena. Recebem até 30% menos do que os homens exercendo a mesma função. Continuam sendo assassinadas todos os dias, enquanto o Estado não consegue fazer cumprir as medidas protetivas garantidas pela Lei Maria da Penha àquelas que são violentadas. Não há creches suficientes para garantir atendimento e proteção às crianças.
            Nesse cenário a UBM convoca seu VIIIº Congresso, sob a temática “PARTICIPAÇÃO POLÍTICA DA MULHER E O NOVO PROJETO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO”, a ser realizado nos dias 10,11 e 12 de junho, na cidade de Praia Grande/SP. Este é um momento de grande importância, pois além da expectativa com a eleição da presidenta Dilma está convocada para este ano a III Conferência Nacional de Políticas Públicas para as Mulheres. A União Brasileira de Mulheres luta contra todo tipo de opressão e discriminação e, dará sua contribuição nesta importante pauta, necessária para construir melhores condições de vida para as mulheres e, consequentemente, para o povo brasileiro.
            Venha participar conosco e convide mais mulheres a se engajarem nessa luta. A conquista do nosso protagonismo será impulsionada pela sua participação. A Etapa Estadual MG do VIII Congresso será no dia 28 de maio as 9:00 h na Rua Jaime Gomes 198, Floresta



Carmélia Viana
Coordenadora da UBM/MG

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

ENCONTRO NACIONAL

Um espaço para debates entre diversas mulheres feministas


A decisão de realizar o ENAMB 2011 se pauta na compreensão de que é imprescindível ampliar, entre nós feministas, o diálogo e a reflexão frente a um contexto de crise na política brasileira, que exige o fortalecimento dos movimentos sociais, entre os quais, os movimentos feministas.

Por isso, um encontro nacional: um espaço democrático para expressar ao mundo o que propomos e o que rejeitamos frente a uma arena política marcada pelas forças do mercado, pelo neoliberalismo, pelo fundamentalismo e pelo pragmatismo político, que abandona o horizonte utópico mobilizador da construção de outra sociedade, com novas relações sociais de gênero e raça, sem desigualdade de classe ou qualquer forma de discriminação.



Para a Articulação de Mulheres Brasileiras, o momento exige a construção de alianças e compromissos comuns entre nós feministas, bem como a formulação de um programa de ações coletivas que aprimore os desafios e caminhos da nossa luta. Para isso, convocamos um encontro nacional aberto a todas as militantes que se identifiquem e se comprometam com suas diretrizes e princípios.



Participação



O ENAMB estará aberto a todas as mulheres feministas, simpatizantes, colaboradoras, parceiras e aliadas da AMB, além de todas as militantes das organizações que estão nos fóruns, redes, núcleos e articulações estaduais que constituem a AMB e que se identifiquem com os seguintes princípios do ENAMB:



Respeito à autonomia individual de todas as mulheres e respeito à autonomia e autodeterminação de seus movimentos.

Defesa da liberdade de expressão e do direito à participação política para todas as mulheres, em igualdade de oportunidades.

Respeito à diversidade dos saberes das mulheres e defesa do direito à diversidade de expressões políticas decorrentes das diferenças culturais, regionais e étnicas.

Compromisso e solidariedade com todas as mulheres que lutam por melhores condições para suas vidas, incluindo o direito à propriedade (terra, meios de produção e moradia), direito à autonomia econômica, direito a uma vida sem violência, com liberdade de orientação sexual, direito ao aborto legal e seguro, a uma vida sem racismo, sem homofobia ou qualquer outra forma de discriminação, e direito a um ambiente seguro e saudável.

Compromisso com a luta contra o sistema capitalista e a política neoliberal, injusta, predatória e insustentável do ponto de vista econômico, social, ambiental e ético.

Subsídios ao ENAMB 2011:

Preparamos um pacote de vídeos e textos para ajudar as mulheres que estão mobilizando para o ENAMB.


 Eixo 1:


AGUIAR, Diana. Uma análise de gênero sobre a crise econômica global – suas múltiplas causas e múltiplos impactos.

• Disponível em www.equit.org.br/docs/artigos/DiscursoUNCTADmaiojunho09.pdf



• RODRIGUEZ, Graciela. As mulheres e o desenvolvimento sustentável e eqüitativo; Disponível em: http://www.equit.org.br/docs/artigos/mulheresdesenv.pdf



Vídeos:



• “A história as coisas” (21min). Disponível em http://videolog.uol.com.br/video.php?id=353307 (versão em português) ou http://www.youtube.com/watch?v=ZpkxCpxKilI



• “A história dos cosméticos” (8:18min). Disponível em http://www.youtube.com/watch?v=N_Jr8BBfD_U ou http://vimeo.com/13735569 (versões legendadas)



• “A história da água engarrafada” (8:04 min). Disponível em http://vimeo.com/10751409 ou http://www.youtube.com/watch?v=JAG8B4wBSI4&feature=related (versões legendadas)



 Eixo 2:



Textos



• CAMURÇA, Sílvia: Nós Mulheres e Nossa experiência Comum, publicado na Revista Cadernos de Crítica Feminista, dos SOS Corpo, número zero, ano 2007, Recife PE. Disponível em meio eletrônico a partir de solicitação à secretaria da AMB.



• CARNEIRO, Suely. Enegrecer o feminismo: a situação da mulher negra na América Latina. Disponível no sítio eletrônico do Geledés.



Vídeos



• “Mariana e o tempo” (4 min). Disponível em http://www.youtube.com/watch?v=XZZw_g0-_wI

Outros dois vídeos possíveis:



• “A construção da mulher” (1:48 min). Disponível em http://www.youtube.com/watch?v=4MuQePTLbAM&feature=related


• “Complexo de Cinderela” (1:48 min). Disponível em http://www.youtube.com/watch?v=_Eu5BMaIENc&feature=related

 Eixo 3
Textos

• CAMURÇA, Silvia e SILVA, Carmen. Feminismo e Movimentos de Mulheres – serie Mulheres em movimento – SOS Corpo, Recife, 2009. Disponível impresso no SOS Corpo mediante solicitação.

• OLIVEIRA, Guacira César. Palestra nos Diálogos Feministas, VII FSM, Quênia, África. Disponível em: http://www.articulacaodemulheres.org.br/amb/adm/uploads/anexos/Guacira%20Cesar_DialogosFeministas2007.doc

• CARNEIRO, Suely. Mulheres em Movimento. In: Estudos Avançados, 17(49), 2003. São Paulo, SP. Disponível em meio eletrônico mediante solicitação à secretaria da AMB

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Chegamos ao fundo do poço


Crônica de Luiz Fernando Veríssimo sobre o "BBB"
 
Que me perdoem os ávidos telespectadores do Big Brother Brasil (BBB), produzido e organizado pela nossa distinta Rede Globo, mas conseguimos chegar ao fundo do poço...A décima terceira (está indo longe!) edição do BBB é uma síntese do que há de pior na TV brasileira. Chega a ser difícil, encontrar as palavras adequadas para qualificar tamanho atentado à nossa modesta inteligência.

Dizem que Roma, um dos maiores impérios que o mundo conheceu, teve seu fim marcado pela depravação dos valores morais do seu povo, principalmente pela banalização do sexo. O BBB 10 é a pura e suprema banalização do sexo. Impossível assistir, ver este programa ao lado dos filhos. Gays, lésbicas, heteros... todos na mesma casa, a casa dos “heróis”, como são chamados por Pedro Bial. Não tenho nada contra gays, acho que cada um faz da vida o que quer, mas sou contra safadeza ao vivo na TV, seja entre homossexuais ou heterosexuais. O BBB 10 é a realidade em busca do IBOPE..

Veja como Pedro Bial tratou os participantes do BBB 10. Ele prometeu um “zoológico humano divertido” . Não sei se será divertido, mas parece bem variado na sua mistura de clichês e figuras típicas.

Se entendi corretamente as apresentações, são 15 os “animais” do “zoológico”: o judeu tarado, o gay afeminado, a dentista gostosa, o negro com suingue, a nerd tímida, a gostosa com bundão, a “não sou piranha mas não sou santa”, o modelo Mr. Maringá, a lésbica convicta, a DJ intelectual, o carioca marrento, o maquiador drag-queen e a PM que gosta de apanhar (essa é para acabar!!!).

Pergunto-me, por exemplo, como um jornalista, documentarista e escritor como Pedro Bial que, faça-se justiça, cobriu a Queda do Muro de Berlim, se submete a ser apresentador de um programa desse nível.
Em um e-mail que recebi há pouco tempo, Bial escreve maravilhosamente bem sobre a perda do humorista Bussunda referindo-se à pena de se morrer  tão cedo.
Eu gostaria de perguntar se ele não pensa que esse programa é a morte da cultura, de valores e princípios, da moral, da ética e da dignidade.

Outro dia, durante o intervalo de uma programação da Globo, um outro repórter acéfalo do BBB disse que, para ganhar o prêmio de um milhão e meio de reais, um Big Brother tem um caminho árduo pela frente, chamando-os de heróis. Caminho árduo? Heróis? São esses nossos exemplos de heróis?

Caminho árduo para mim é aquele percorrido por milhões de brasileiros, profissionais da saúde, professores da rede pública (aliás, todos os professores), carteiros, lixeiros e tantos outros trabalhadores incansáveis que, diariamente, passam horas exercendo suas funções com dedicação, competência e amor, quase sempre mal remunerados..

Heróis, são milhares de brasileiros que sequer têm um prato de comida por dia e um colchão decente para dormir e conseguem sobreviver a isso, todo santo dia.

Heróis, são crianças e adultos que lutam contra doenças complicadíssimas porque não tiveram chance de ter uma vida mais saudável e digna.

Heróis, são inúmeras pessoas, entidades sociais e beneficentes, ONGs, voluntários, igrejas e hospitais que se dedicam ao cuidado de carentes, doentes e necessitados (vamos lembrar de nossa eterna heroína, Zilda Arns).

Heróis, são aqueles que, apesar de ganharem um salário mínimo, pagam suas contas, restando apenas dezesseis reais para alimentação, como mostrado em outra reportagem apresentada meses atrás pela própria Rede Globo.

O Big Brother Brasil não é um programa cultural, nem educativo, não acrescenta informações e conhecimentos intelectuais aos telespectadores, nem aos participantes, e não há qualquer outro estímulo como, por exemplo, o incentivo ao esporte, à música, à criatividade ou ao ensino de conceitos como valor, ética, trabalho e moral.
 
E ai vem algum psicólogo de vanguarda e me diz que o BBB ajuda a "entender o comportamento humano". Ah, tenha dó!!!

Veja o que está por de tra$$$$$$$$$$$$$$$$ do BBB: José Neumani da Rádio Jovem Pan, fez um cálculo de que se vinte e nove milhões de pessoas ligarem a cada paredão, com o custo da ligação a trinta centavos, a Rede Globo e a Telefônica arrecadam oito milhões e setecentos mil reais. Eu vou repetir: oito milhões e setecentos mil reais a cada paredão.

Já imaginaram quanto poderia ser feito com essa quantia se fosse dedicada a programas de inclusão social, moradia, alimentação, ensino e saúde de muitos brasileiros?

(Poderia ser feito mais de 520 casas populares; ou comprar mais de 5.000 computadores!)

Essas palavras não são de revolta ou protesto, mas de vergonha e indignação, por ver tamanha aberração ter milhões de telespectadores.

Em vez de assistir ao BBB, que tal ler um livro, um poema de Mário Quintana ou de Neruda ou qualquer outra coisa..., ir ao cinema..., estudar... , ouvir boa música..., cuidar das flores e jardins..., telefonar para um amigo.., visitar os avós. ,pescar. , brincar com as crianças... , namorar... ou simplesmente dormir.
Assistir ao BBB é ajudar a Globo a ganhar rios de dinheiro e destruir o que ainda resta dos valores sobre os quais foi construído nossa sociedade.
 
Luiz Fernando Veríssimo.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Uma Mulher na presidencia

Presidenta, sim!


11/1/2011

Dilma Rousseff adotou a forma PRESIDENTA, oficializou essa forma em todas as instâncias do governo e deixou claro que é assim que deseja ser chamada
Leia mais http://dilmanarede.com.br/

Se uma mulher e seu cachorro estão atravessando a rua e um motorista embriagado atinge essa senhora e seu cão, o que vamos encontrar no noticiário é o seguinte: “Mulher e cachorro são atropelados por motorista bêbado”. Não é impressionante? Basta um cachorro para fazer sumir a especificidade feminina de uma mulher e jogá-la dentro da forma supostamente “neutra” do masculino. Se alguém tem um filho e oito filhas, vai dizer que tem nove filhos. Quer dizer que a língua é machista? Não, a língua não é machista, porque a língua não existe: o que existe são falantes da língua, gente de carne e osso que determina os destinos do idioma. E como os destinos do idioma, e da sociedade, têm sido determinados desde a pré-história pelos homens, não admira que a marca desse predomínio masculino tenha sido inscrustada na gramática das línguas.

Somente no século XX as mulheres puderam começar a lutar por seus direitos e a exigir, inclusive, que fossem adotadas formas novas em diferentes línguas para acabar com a discriminação multimilenar. Em francês, as profissões, que sempre tiveram forma exclusivamente masculina, passaram a ter seu correspondente feminino, principalmente no francês do Canadá, país incomparavelmente mais democrático e moderno do que a França. Em muitas sociedades desapareceu a distinção entre “senhorita” e “senhora”, já que nunca houve forma específica para o homem não casado, como se o casamento fosse o destino único e possível para todas as mulheres. É claro que isso não aconteceu em todo o mundo, e muitos judeus continuam hoje em dia a rezar a oração que diz “obrigado, Senhor, por eu não ter nascido mulher”.

Agora que temos uma mulher na presidência da República, e não o tucano com cara de vampiro que se tornou o apóstolo da direita mais conservadora, vemos que o Brasil ainda está longe da feminização da língua ocorrida em outros lugares. Dilma Rousseff adotou a forma presidenta, oficializou essa forma em todas as instâncias do governo e deixou claro que é assim que deseja ser chamada. Mas o que faz a nossa “grande imprensa”? Por decisão própria, com raríssimas exceções, como CartaCapital, decide usar única e exclusivamente presidente. E chovem as perguntas das pessoas que têm preguiça de abrir um dicionário ou uma boa gramática: é certo ou é errado? Os dicionários e as gramáticas trazem, preto no branco, a forma presidenta. Mas ainda que não trouxessem, ela estaria perfeitamente de acordo com as regras de formação de palavras da língua.


Assim procederam os chilenos com a presidenta Bachelet, os nicaraguenses com a presidenta Violeta Chamorro, assim procedem os argentinos com a presidenta Cristina K. e os costarricenses com a presidenta Laura Chinchilla Miranda. Mas aqui no Brasil, a “grande mídia” se recusa terminantemente a reconhecer que uma mulher na presidência é um fato extraordinário e que, justamente por isso, merece ser designado por uma forma marcadamente distinta, que é presidenta. O bobo-alegre que desorienta a Folha de S.Paulo em questões de língua declarou que a forma presidenta ia causar “estranheza nos leitores”. Desde quando ele conhece a opinião de todos os leitores do jornal? E por que causaria estranheza aos leitores se aos eleitores não causou estranheza votar na presidenta?

Como diria nosso herói Macunaíma: “Ai, que preguiça…” Mas de uma coisa eu tenho sérias desconfianças: se fosse uma candidata do PSDB que tivesse sido eleita e pedisse para ser chamada de presidenta, a nossa “grande mídia” conservadora decerto não hesitaria em atender a essa solicitação. Ou quem sabe até mesmo a candidata verde por fora e azul por dentro, defensora de tantas ideias retrógradas, seria agraciada com esse obséquio se o pedisse. Estranheza? Nenhuma, diante do que essa mesma imprensa fez durante a campanha. É a exasperação da mídia, umbilicalmente ligada às camadas dominantes, que tenta, nem que seja por um simples - e no lugar de um - a, continuar sua torpe missão de desinformação e distorção da opinião pública.

Marcos Bagno é professor de Linguística na Universidade de Brasília

Fonte: Carta Capital

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

VALEU A HISTÓRICA LUTA DAS MULHERES BRASILEIRAS.


MAIS MULHERES NO PODER. VIVA!!!

http://noticias.br.msn.com/especial/artigo-posse-dilma.aspx?cp-documentid=26989221

efe.com, Atualizado: 1/1/2011 18:05Dilma traz esperanças ao Brasil marcado pela desigualdade de gênero
EFE

Dilma traz esperanças ao Brasil marcado pela desigualdade de gênero

Brasília, 1 jan (EFE).- Dilma Rousseff é a partir deste sábado a primeira presidente do Brasil e chega ao poder transformada em esperança para as mulheres do país, ainda discriminadas na política, no setor privado e na família e que sofrem diariamente de violência doméstica.

"Meu compromisso supremo é honrar as mulheres, proteger os mais frágeis e governar para todos", declarou Dilma ao ser empossada no cargo no Congresso e pouco antes de receber a faixa presidencial das mãos de seu mentor político e agora ex-líder, Luiz Inácio Lula da Silva.

Dilma, a primeira presidente de um país governado até agora por 39 homens, triplicou o número de mulheres que Lula tinha em sua equipe ministerial, mas apesar de ser uma representatividade histórica no Brasil, serão somente nove ministras em um gabinete que tem um total de 37 membros.

Em mãos femininas ficaram os ministérios do Planejamento, Desenvolvimento Social, Pesca, Direitos Humanos, Igualdade Racial, Meio Ambiente, Comunicação Social, Cultura e de Políticas para a Mulher.

Pelo relatório apresentado durante uma reunião da Comissão Econômica Para a América Latina e o Caribe (Cepal) realizada este ano em Brasília, o país da Dilma é um dos que apresenta a menor taxa de mulheres no Poder Executivo.

Elas ocupam menos de 15% dos cargos, um índice comparável ao do Haiti, Ilhas Cayman, Jamaica, Porto Rico, República Dominicana e Venezuela, que são os países mais desiguais em termos de gênero no aparelho burocrático.

A maior "cota rosa" entre os Governos da região está na Argentina, Equador e Peru, a representação feminina nas estruturas de Governo alcança só 30%.

No Brasil, essa pouca presença feminina no Poder Executivo replica no Parlamento, que iniciará uma nova legislatura em 1º de fevereiro próximo com uma presença quase testemunhal de mulheres, serão 45 entre 513 deputados e 22 em um Senado com 81 membros.

Em outros países latino-americanos governados por mulheres, como a Argentina de Cristina Fernández de Kirchner e a Costa Rica de Laura Chinchila, a participação feminina no Congresso chega respectivamente a 40% e 37%.

Na política regional brasileira se repete o panorama nacional e, entre os 27 governadores que assumiram neste sábado os cargos para os quais foram eleitos em outubro, há somente duas mulheres.

Esse quadro de desigualdade de gênero persiste no Brasil apesar de em 1996 ter se transformado em lei uma "cota rosa" que obriga os partidos políticos reservarem 20% das vagas de candidatos a qualquer cargo público para as mulheres.

Além da política, outros dados revelam que a situação das mulheres brasileiras, em muitos campos, ainda é de uma absoluta desigualdade com relação aos homens.

Além disso, em empregos iguais, elas recebem remunerações menores do que os homens, as brasileiras dedicam 56,6 horas semanais ao trabalho, enquanto eles ocupam apenas 52 horas, pelos dados da Cepal.



As brasileiras são vítimas da violência de gênero e, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pelo menos 2,5 milhões de mulheres sofreram algum tipo de agressão no país durante 2009.

Em 25,9% foi vítima de seu próprio companheiro e cerca de 60% das agredidas decidiram não formalizar denúncia diante as autoridades.

Cerca de 18,2% das vítimas não o fez porque considerou que o fato "não era tão importante", enquanto 33,1% confessou "temer algum tipo de represália" se denunciasse o caso e 10,1% pensou que não teria como "provar" a agressão, indicou o IBGE.

No Brasil mais profundo persistem até práticas medievais, como "leilões de virgens" nas quais humildes jovens são oferecidas ao "melhor licitante" em bacanais.

Um caso desses está sendo investigado pela Polícia no estado de Alagoas, onde houve uma denúncia no qual participaram poderosos fazendeiros e políticos da região.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

POR TODAS AS MULHERES DO MUNDO
E pelos Homens também
Carmélia Viana

Sou mulher, eu gosto de ser.
Se mal vestida, gorda,

descabelada e bem amada.
Ou fina e estudada, salto alto,
maquiada,
Esguia, malhada e bem amada.

Fui feita para gozar
Ser feliz e amar
Parir e criar
Ser filha, ser mãe e ser amante.
Abrir a janela, ver o sol brilhar
E estar feliz para viver.


Mas a dominação, a impunidade e o
machismo
Insistem que eu morra.
Morrer
Porque alguém não gostou do que eu fiz.
Quem já me perguntou se estou feliz?


Quem foi que disse que eu tenho a ver
Com seus fracassos e fraquezas;
Seus medos e mentiras?


Quero viver porque quero.
Quero me maquiar para mim.
Quero um vestido novo, para me
sentir bem.
Quero sorrir, porque me faz bem.


Quero dar gargalhada.
Não porque meu homem não me quer
de cara amarrada.
Quero esperá-lo porque o amo
Mas não lhe devo a minha espera.

Quero amá-lo porque o amo
Não por obediência.
Quero estar com meu homem por escolha
Não por medo ou dependência


Quero agradar o homem que eu amo
Porque o amo
Não por medo de perdê-lo.
Eu existia antes de conhece-lo.

Se você gosta de cantar, cante.
Se quiser dançar, dance.
Visite pessoas e lugares interessantes
Afinal de contas quem a impede
Senão a sua insegurança?


Quem disse que desejo tem idade?
E que tem hora certa para alegria?
Si assuma e corra todos os riscos
De ser muito mais feliz.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

AGRADECIMENTO



Caros eleitores e eleitoras,
amigos e amigas que me apoiaram pedindo o voto de amigos e familiares ou simplesmente me confiaram o seu voto. MUITO OBRIGADA pelo apoio e sobretudo pela confiança. Embora eu tenha recebido uma boa votação, levando em conta as condições da minha campanha, não foi suficiente para garantir uma vaga na Assembleia de Minas. Foi um excelete começo e uma experiência positiva. FORAM  MOMENTOS DE DEBATES POLÍTICOS,  IMPORTANTES, QUE PRIVILEGIARAM   A DISCUSSÃO SOBRE O AUMENTO  DA PARTICIPAÇÃO DA MULHER NOS ESPAÇOS DE DECISÃO. Nós, as mulheres somamos 52% do eleitorado e ainda assim temos uma inexpressiva representação nestes espaços.  Entendemos que uma sociedade justa não se dá quando metade da população não participa das decisões e da sua organização. O presidente Lula por causa da sua grande sensibilidade, deixa o governo com uma aprovação de quase 100%.  Talvez a sua maior  expressão de ousadia e coragem tenha sido a indicação de uma mulher para sua sucessão. Nós, os brasileiros e barsileiras precisamos buscar no fundo da alma coragem para atender esse chamado E DAR O PASSO MAIS IMPORTANTE e CORAJOSO DE NOSSAS VIDAS OFERECENDO O  NO DIA 31 DE OUTUBRO NOSSO VOTO (DILMA 13) PARA ELEGER A PRIMEIRA MULHER PRESIDENTE DO BRASIL.
RUMO A UM BRASIL MELHOR
Essa é a nossa grande chance de colocar a nossa especificidade, nossa singularidade e nossa competência a serviço do Brasil e, dos brasileiros e brasileiras. Somos emotivas sim, cuidadoras sim, sensiveis e carinhosas sim, detalhistas sim. Mas o mundo precisa disso, são qulaidades que aliadas a qualificação técnica faz de nós excelentes profissionais capaz  de contribuir na construção de uma sociedade justa e um mundo melhor, mais humano e harmonioso. Somos diferentes sim, não somos  melhor nem pior.
Voamos todos votar em Dilma 13 e caminhar juntas (os)  rumo a liberdade.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

 Nós apoiamos mais mulheres na política-plenária prima - vera de Jô Moraes

Fernanda Izoni - apoio incondicionalmente Carmélia Viana

domingo, 26 de setembro de 2010

Cresce o apoio das pequenininhas

e
Eu quero votar na tia Carmélia 65888- Declaração dessa lindeza que mora no meu coração
Helena Prestes